29 de abr. de 2012

já não te escrevo mais

Lembrei-me de quando fazia cartas de amor. O mundo era mais bonito, os problemas menores, o coração menos sofrido e você, um mito. Foi - será -  um amor verdadeiro, incólume, honesto e derradeiro. Limpo como o vento. À punho, desmembrava em um papel sentimentos que não cabiam dentro. Eu era pequeno e, você, perfeito.

O tempo voou e eu só me vi mudar. Mudar de físico, de olhar. Vi meu ser voar e se entregar para um futuro certo, marcado por feridas, tristezas e desavenças. Não existira um final feliz porque o destino assim não quis.

Já não te escrevo mais.
Não porque não quero, mas porque cansei. Você era tudo o que queria. Hoje tudo é dor, tudo é terror, tudo é amor. Um amor louco, mas que, por uma fagulha, mantém-se aceso em ambos os peitos.

Temos a água em mãos. Temos as memórias em vão. Temos o coração no chão.
Queremos apagá-la?

3 comentários:

Matheus Oliveira disse...

se não agradável - porque isso que está escrito dói e dor não é bom - ao menos belíssimo. :)

Jean Karluz disse...

Poxa, Caio! Isso é real? Às vezes fico pensando se o que leio aqui é algum fato seu, ou somente sua vontade de escrever... espero que esteja bem!

Abraços

cah*_* disse...

Ai meu, mto lindo isso!
Lembrou mto minha primeira menstruação e depois qdo meus peitos cresceram muda tudo, nao so o olhar mas a gente muda, amadurece.. ve que o mundo também é triste as vezes. caio lindo!