21 de jan. de 2012

Quem sou eu?

Me fez rir, então vale compartilhar. Sentado na cama, agora há pouco, assistindo Harry Potter e comendo Sucrilhos, lembrei-me dessa mesma pessoa anos antes. Era adolescente, tinha hábitos e manias únicas, vontades pequenas de conhecer pessoas interessantes e lugares estonteantes. Via seriados e imaginava minha vida e meu amor ali. Sonhava com personagens e acordava no meio da noite triste. A Marissa morreu. Esse era eu.

Hoje, percebi que cresci e, meu Deus, emburreci e deixei de sonhar pequeno (e, veja bem, nem sonhado grande tenho). Não tenho mais um mundo mágico que me mudou tanto, apesar de amar loucamente esse bruxo de óculos, não viajo a cidade toda lendo livros e rindo sozinho dentro do ônibus, quiça chorando, ocasião que já me fez um cobrador dizer "ela volta!". Não tenho mais um seriado predileto onde o amor impossível dos ricos me angustiava. Não tenho amigos que disputavam os 150 primeiros Pokémons no GameBoy. Não tenho uma vontade incrível de ser sempre o melhor, hoje, basta ser OK. Não tenho mais madrugadas em claro lendo e lendo sobre internet, programação e consumo de informação. Não tenho informação.

Levantei. Olhei a minha volta. O quarto continua cheio de brinquedos. A cada dia mais. Entendi.

Levantei da cama. Liguei Avril Lavigne. Escolhi um livro de amor. Baixei temporadas e temporadas de um seriado. Favoritei uns sites. Fiz um layout.

Sem eu perceber, me mudaram. Tiraram minha ingenuidade, o meu brilho, para dar lugar a algo que sempre esteve guardado, precisava um dia sair, mas não deveria durar. Uma ex-namorada já dizia: a gente muda, mas a essência permanece. É fácil voltarmos a ser o que temos de melhor.

On.

5 comentários:

Weslley disse...

É realmente engraçado. Sonhamos quando pequenos e quando crescemos: "Droga!", somos obrigados a pisar nesse chão sujo e real, as responsabilidades arrombando a porta da nossa vida... Mas como você disse ainda é você, tudo aquilo que você sonhou, tudo aquilo que você fazia, no entanto a vida nos obrigou a agir diferente.

Cleison Guimarães disse...

cara, você traduziu o que muita gente sente dessa epoca que vou chamar de era-Harry Potter só pra ilustrar, é muito bom adultecer, mas parece que a gente vai ficando mais velho e ficando vazio da gente mesmo, tentando ser outro que ainda nem conhecemos direito.

Thales Pimentel disse...

Chorei, Caio. Não sei por viver as mesmas angústias ou por não passar horas a fio lendo o amado Cicatriz. Não sei se por ter crescido ou por ter deixado morrer a criança... eu chorei.

Thales Pimentel disse...

Caio, não sei se por sentir as mesmas angústias ou por já não ler tão desesperadamente o amado cicatriz; não sei se por ter crescido ou por ter deixado a criança morrer; não sei se por mim ou por você... eu chorei.

Anônimo disse...

:)