17 de jul. de 2011

descanso

A vida pede descanso. Numa subida, ela não anda. Na descida, ela vai, tímida. No mundo, ela fica parada. Eu demorei a entender a minha personalidade, o meu jeito, as minhas vontades. Quando menos esperava, me dei conta que fiz tudo, absolutamente tudo, errado. Segui um caminho que eu não queria, aceitei coisas que não devia, abaixei a cabeça para quem não merecia.

Eu sempre soube que era preciso apanhar para crescer, para entender e saber viver. Mas eu não sabia o quão dolorido é essa parte. Eu tive uma infância e adolescência boas, tranquilas, do jeito que teve de ser. Me arrependo de não ter aproveitado tudo como deveria, mas não fico triste por isso. Eu sou assim. Na entrada para a fase adulta, no entanto, tudo virou uma confusão. Imagine quando chegar o tal do meu retorno de Saturno.

Eu gosto de chorar. Me faz bem. Me alivía. Me faz pensar e entender. Me faz saber quando a culpa é minha. São em momentos em que encosto a cabeça no travesseiro e fico só comigo mesmo que eu entendo o mais importante de tudo: a vida é única. Eu não acredito em outras possibilidades de vida. Pra mim, é isso. Sou da teoria da evolução. Vai acabar.

Vai acabar. Hoje, amanhã, daqui uns 40 anos. Não dá pra saber. Mas vai, infelizmente, acabar. Eu não aguentava mais. Eu não consigo explicar o quão dolorido é ter que dizer tchau pra alguém, o quão insuportável é esconder pra poder se sentir vivo. O quão humilhante é brigar debaixo da chuva e depois pedir por amor. O quão triste é perceber que ama alguém numa madrugada boémia.

Me desculpa. É só um pedido de descanso e um último suspiro do meu amor. A gente se completava, mas nos perdemos e nunca mais saberemos ser o mais importante: eu e você, você e eu.

Goodbye, blue eyes, take care of yourself.

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