Nada melhor do que começar tudo com um grande clichê. Você não me conhece, eu não conheço você. Então vou me apresentar da forma mais sincera do mundo: eu sou um filho da puta. Não. Minha mãe não é uma puta. Ela é bem pudica. Sou filho da puta porque eu sou errado. Ou estou. A diferença do ser e estar.
Já não posso mais bancar o santo. Todos sabem que, depois de um período da vida, aqueles sonhos de ser uma pessoa boa fica de lado porque, bem, se assim somos, a sociedade nos engole, não saímos do lugar e acabamos marcados pelos solados alheios. Tamanho 42. Bem na fuça.
Não há aqui - nem acolá - uma escola para se tornar um bom filho da puta. Tudo o que você precisa pensar e fazer é (fica esperto, é só um passo): pensar só em você. Simples? Só parece. Agora a culpa volta lá pra mãe, que não é puta, mas foi sacana quando criou o filho para ser bom, não fazer o mal e pensar nos outros.
Um bom filho da puta pensa só nele. E aqui é que começa a confusão: quem pensa na gente, se não nós mesmos? A resposta, claro, é ninguém. Os pais se preocupam, os irmãos consideram, os namorados abusam, o emprego gasta, a escola ganha e os amigos encostam. Não é lá um capitalismo, mas há de existir um sistema social para classificar.
Filho da puta, então.
Eu poderia por um ponto final aqui, mas não
Um comentário:
Perfeito, simplesmente.
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