2 de dez. de 2010

na labuta pra se tornar um filho da puta

Nada melhor do que começar tudo com um grande clichê. Você não me conhece, eu não conheço você. Então vou me apresentar da forma mais sincera do mundo: eu sou um filho da puta. Não. Minha mãe não é uma puta. Ela é bem pudica. Sou filho da puta porque eu sou errado. Ou estou. A diferença do ser e estar.

Já não posso mais bancar o santo. Todos sabem que, depois de um período da vida, aqueles sonhos de ser uma pessoa boa fica de lado porque, bem, se assim somos, a sociedade nos engole, não saímos do lugar e acabamos marcados pelos solados alheios. Tamanho 42. Bem na fuça.

Não há aqui - nem acolá - uma escola para se tornar um bom filho da puta. Tudo o que você precisa pensar e fazer é (fica esperto, é só um passo): pensar só em você. Simples? Só parece. Agora a culpa volta lá pra mãe, que não é puta, mas foi sacana quando criou o filho para ser bom, não fazer o mal e pensar nos outros.

Um bom filho da puta pensa só nele. E aqui é que começa a confusão: quem pensa na gente, se não nós mesmos? A resposta, claro, é ninguém. Os pais se preocupam, os irmãos consideram, os namorados abusam, o emprego gasta, a escola ganha e os amigos encostam. Não é lá um capitalismo, mas há de existir um sistema social para classificar.

Filho da puta, então.

Eu poderia por um ponto final aqui, mas não

Um comentário:

Wyll disse...

Perfeito, simplesmente.