10 de ago. de 2009

Faz de conta que nós somos outros

Faz de conta que sou Caio. Faz de conta que você é Henrique. Fomos feitos um para o outro. Nosso nome se completa. Eu venho na frente, você vem logo atrás. Nunca nos deixamos. Nossas mãos são feito laços. Nossos sorrisos são contínuos. Nossos abraços são invejados.

A gente começou bem. Era uma boa aventura. Uma descoberta para o Caio, um desafio para o Henrique. O Caio se manteu firme, quase que ficou louco, tentou a boa índole, entregou o coração, que de tão pouco usado era meio que lesado. E foi. O Caio foi na frente da batalha, cortando os galhos trapaceiros e enfrentando tempestades. O Caio lutou contra as mágoas, engoliu insultos, abaixou a cabeça e deixou de lado todo o seu orgulho. O Caio, mesmo assim, era feliz. Era feliz por estar com o Henrique, que vinha logo atrás, dando consolo, do seu jeito tolo, mas segurando sempre que percebesse o tombo iminente.

E o Henrique foi de postura. Era forte, duro, frio e maduro. Se dizia totalmente seguro. Bem resolvido. Quase um adulto. O Henrique caiu na própria armadilha, na própria insegurança, na própria inveja, no próprio medo. O Henrique já tinha vivido atrás de alguém de forma diferente, quis passar na frente. Segurou o que tinha de mais bonito para si, fez de seus sentimentos pedras, atirou todas pelo caminho. O Henrique esqueceu como era estar bem acompanhado, mas ficou sempre ao lado, para não deixar seguir sozinho. Segurou, até onde pode, sem ficar louco, sem parecer bobo, sem perder a batalha. Com sua cabeça, ganância. É a vitória.

Caio e Henrique já não andam mais juntos. Caio continua perdido. Henrique soltou um desafio. É hora de descobrir a perda. É hora de conhecer o mundo. Os dois vão andar sozinhos para sempre e, quem sabe, se trombar em um futuro.

As lágrimas não vão secar tão cedo.
O coração não vai desacelerar a cada lembrança.
O sorriso não vai nascer com tanta força.
A vida não vai ter tanta graça.
Éramos dois: um Pequeno e um Grande. Um que ensinava o outro. Um que não deu valor ao outro. Um que invejou o outro. Um que apostou com o outro. Um que perdeu o outro.

No fundo, no fundo, os dois sabiam qual era a verdade: um coração, quando dado, é saboreado. Se massacrado, perde o seu estado mais elogiado; o amado.


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Esse blog sempre foi o meu espaço mais querido. Ele acompanha, de forma sincera e desabafadora, a minha vida. Desculpe por usar o espaço para tornar as coisas públicas, não tenho intenção de me firmar. Logo, isso não diz nada. É só mais um blog. Mais uma bobeira da criança que não sabia nada.

5 comentários:

mmab_ disse...

A criança que nao sabia nada. disse bem, nao sabia.

mmab_ disse...

A criança que nao sabia nada. disse bem, nao sabia.

Aline disse...

Eu ainda acredito no Caio e no Henrique. Sou a única?

Caio Caprioli disse...

Sim, pq o Caio e o Henrique não existem mais ;D

Anônimo disse...

Era sobre as baladas, não sobre sentimentos, em si. Mas os espaços sempre foram seus, e vc sempre reinou no mundo de Alice. Seja feliz, vc parece saber como e com quem.