25 de jun. de 2009

Era uma vez o Romantismo

Que surgiu na Europa e passou pelo mundo. Que foi da arte, da política e da filosofia. Que focava em um só. Os românticos falavam de si, cuspiam os seus dramas, suas utopias, suas tragédias, seus amores. Era tudo uma questão de emoção. Era tudo uma questão de eu. Não era vermelho e bonito, foi um mal, um mal do século, de tanta tristeza e dor que trouxe. Falou-se da morte, do impossível, da não certeza. Era uma praga, uma bela despreza. O romance é erótico, não é pudico, é dissimulado. O romance é a busca por um objetivo, a tentativa da explicação de si mesmo. A sua lamúria. A sua tristeza. A sua.

Não preciso ser mais romântico, já sou contemporâneo. Não acredito no amor, nem na dor, nem na paixão, só na ciência. Vou deixar meu texto de lado, minha lágrima vou guardar, o meu grito vai ser abafado. É assim que eu devo caminhar.

O romantismo é uma ilusão. É o passado mais que aniquilado. Ficou na história, virou querido, fez-se necessário. Não é, hoje, na arte ou na literatura que ele se aplica. São nos gestos. No meu. Ainda é individualista. Passou da classificação.

Se tudo perdeu o sentido, o romântico perde a razão. Até que a morte nos separe.

Do contemporâneo,
Amém.

Um comentário:

Jujuqui disse...

Eu pago um pau pros seus textos, menino!