5 de jan. de 2008

Serra Negra


Como de costume, um resumão do que foi a viagem de final de ano. Pela primeira vez depois de muitos anos, um destino diferente: deixamos o calor e a muvuca das praias de Guarujá de lado para aproveitar o calor e a calmaria dos serranos de Serra Negra. Tudo começa na sexta-passada e a primeira viagem de ônibus que faria sozinho. Cartão do banco bloqueado, um terminal gigante lotado de gente, pessoas passando, ‘não aceitamos VR’ e a hora que não passava. Antes, um abraço gostoso de ‘até mais’ e um sorriso bobo que ficou marcado para deixar saudades. E vamos que vamos, subo no ônibus, decepcionado por não poder sentar na janelinha e uma moça fazendo barraco por ter perdido o horário ao lado. Trinta minutos depois, de cabeça reflexiva, já na estrada, um barulho e uma parada: atropelaram algum animal e o pára-choque do veículo se foi. Mais alguns minutos e vambora. Chego, nervoso, triste, com sono e vejo muitas batatas-fritas e bolo de prestígio. Durmir. No sábado, depois da noite mal dormida por causa dos milagrosos coxões de ar do Polishop (conselho sincero: nunca comprem um, eu preferi dormir no chão!), deixo Mariana esperando no terminal umas 3 horas por causa do celular retardado que não toca, vamos andar de pedal... ops, teleférico e voltamos, tomamos chuva, eu preocupado com minha roupa (será que estragou?) e um Capuccino gelado acompanhado de um brigadeiro duro. Ok, não foi tão gostoso quanto parece. Volto pra casa e a família estava completa: somos 23 pessoas esperando a virada do ano!

Tostei no sol, passei protetor errado, comi gelinho até rasgar a língua e o céu da boca, me viciei em Xylocaina na boca e adorava a sensação de bocão que ficava sempre que passava, andamos de trenzinho e vimos a mãe e a tia dançando Ilariê, a cidade inteira olhou pra gente, peguei um cuelho, vi um pônei e outros muitos animais, comprei roupas, comprei doces, comprei coisas que não sei para que servem, fiz muito bolo, fiz macarrão, inventei receitas, unimos a família, não tomei sorvete por orgulho, cidade de interior fecha ás 20h e depois disso nada mais existe por lá, em Serra Negra tem uma praça onde ficam os 99% de aposentados da cidade, ou seja, duas pessoas, a terceira noite foi demais, as minhas primas usam roupas muito curtas e eu fico com ciúmes dos moços mexendo com elas nas ruas, a banda larga do notebook do meu pai salvou meu primo da secura – ele arranjou em 7 dias, três meninas pra pegar, acessei meu e-mail mais do que nunca, não bebi nada, adorei o amigo secreto, falamos mal de pessoas e, na volta, as necessárias fotos de mão para fora do carro e cabelos ao vento, que nunca serão mostradas em respeito à quem as inventou. Sem contar os deliciosos sete pães com manteiga e a coca-cola gelada que comi no Frango Assado. Sério mesmo? É a melhor comida ever!

No último dia, uma família frustada sentada em frente a uma sorveteria fechada embaixo da chuva esperando o carro chegar porque as cachorras não podiam se molhar. Não posso esquecer da diversão absurda dos ventiladores com 32 cores diferentes, sendo que a décima sétima é a melhor, as guerras de travesseiro, a incrível mania que as pessoas têm de dormir com a televisão ligada, Gossip Girl e Onde ta Teresa? A hora da novela, as comidas da Hatsue, o Yakissoba, a bermuda xadrez de 170 reais que era muito grande. A promessa de ‘não vou comprar nada aqui’ e a primeira loja que entrei e gastei todo meu salário. A menina que entrou em casa de madrugada e me deu um puta susto pelo vidro da sala. A ligação 20 minutos antes da chegada do ano novo e a ligação de 40 minutos depois da chegada do ano novo. A mensagem de texto de Carol de feliz ano novo.

A frase da viagem fica por conta do meu primo Giovanni, de sete anos, que aprendeu a ser sem vergonha e dizia, de boca cheia, VAI TOMAR NO CU SEU FILHO DA PUTA como uma criança que ganhou um pirulito. Engraçadinho, para quem nunca disse um palavrão na vida, se tornou sensação.

A música é de Peter Paul and Mary, Leaving on a Jet Plane, pelo momento que foi tocado e por muitas outras coisas. Mas é claro que Ilariê teve o seu significado, Girlfriend, que ganhou versão karaokêzada por mim com dancinha sensual, e Teddy Geiger bombou na volta pra casa, com For You I Will.

E um beijo, Caio

Um comentário:

Mariana Guerra disse...

Hey!!

Pelo visto aproveitou Serra mais que eu aproveitei Águas!
Nem andei de peladinho(sim, pedalinho, o verdadeiro), não tinha com quem ir, né, Caio?
A viagem foi bem agitada, e engraçada!
Mas o que é essa coisa da garota que entrou pela janela??? o_O

Beijos