18 de set. de 2007

pra você

you don’t know me and you don’t even care
pra você

já é tarde, mas resolvi escrever pra você. essas são as últimas lamúrias de um ser infanto-juvenil, que tenta encontrar um lugar ao meio do seu mundo. pra você, uma amável folha de papel em branco obsoleta que clama por preenchimento. pra você, poetiza que destroça corações e faz de pequenas partes grandes corpos jogados em um chão ensangüentado. que apareceu na minha vida por meio de sábias palavras e, com elas, dominou todo o meu saber. pra você que aqui, mesmo com o indispensável gênero do sujeito alterado, consegue ser o indivíduo que domina o meu tempo e furta qualquer pensamento. pra você, a exímia falência de todas minhas imposições, a perfeita complicação rebelde e majestosa da minha vida. pra você, que é indefinível até certo ponto e encantadora por uma quimera. pra você, que não reza e não jura nada por ninguém, dona de uma independência que te prende à um mundo subjetivo. pra você, que abre os meus olhos toda manhã sem ao menos me informar. que roubou as valiosas lágrimas que escorrem por dentro do meu ser e caem para fora como a chuva necessária do belo verão. pra você, que é líder de um caminho sombrio que acende as suas luzes quando quer levar alguém até o seu final, descoberto e imprevisível, que se deixa apaixonar. pra você, que dá uma surra de palavras indecifráveis dentro do meu raciocínio. pra você, que um dia pediu uma parte do meu mundo e me fez abrir o coração. pra você, proprietária do meu corpo e da minha alma, que voa sob nuvens carregadas de honestidade cantando uma canção com final feliz. pra você, peço compreensão. pra você, resolvi escrever sentimentos que meus dedos nunca conseguiram reproduzir. pra você, que fica sozinha comigo em sua casa e molda com seus dedos e conhecimento momentos incríveis. pra você, deixo claro que tudo é mais que uma bobagem, que você é uma grande bagagem, que vem e vai com o vento, que anda no deserto imenso, sozinha, buscando alguma razão pra não permitir ser amada. pra você, um grande pretexto para as mentiras bobas, que é dona de uma verdade escancarada. pra você, razão da minha vida, a flor mais simples e bela de um campo lotado de orquídeas, uma estrofe de um poema tão relido. pra você, que nunca quero deixar partir, que me dá medo de seguir. pra você, o primeiro, único e eterno broto plantado no meu coração, dou a permissão de viver o meu amanhã: desconhecido, assim como você. pra você.

com amor,

caio

7 comentários:

Anônimo disse...

Assim como grandes poetas, Caio Capriolli, serás um dia copiado e recitado à amantes.

Amei e espero que vc consiga o graaande efeito!

Um grande beijo de quem te adora!

Aline disse...

Quer sinceridade? VAI SE DANAR!

melhor declaração de amor do mundo, melhor música do mundo lá no comecinho e melhor poeta do mundo.

adorei.
bjomeliga

Anônimo disse...

"Tudo pela metade

Eu admiro o que não presta
Eu escravizo quem eu gosto
Eu não entendo
Eu trago o lixo para dentro

Eu abro a porta para estranhos
Eu cumprimento
Eu quero aquilo que não tenho
Eu tenho tanto a fazer
Eu faço tudo pela metade
Eu não não percebo
Eu falo muito palavrão
Eu falo muito mal
Eu falo muito mesmo sem saber o que estou falando
Eu falo muito bem, eu minto."

Lindo texto. Lindo.

________________ /// Por Luci Couto /// ________________ disse...

cheguei aqui nem sei como, comecei a ler e não sosseguei até terminar... muito bonito o que escreveu...

:)

Anônimo disse...

Só se ela for muito boba.

:)

Sá disse...

é realmente lindo,eu gostei demais.

Sa disse...

Nossa é muito lindo,gostei demais